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transgressão oficial
[Os curadores e os detratores da Bienal] deixaram de lado coisas essenciais e enforcaram-se em seus próprios paradoxos. Os curadores disseram aos marginais: "eu sou o transgressor oficial, eu posso transgredir, você não". É um erro teórico e ideológico. A questão central a ser discutida é esta: nem toda transgressão é arte, nem toda arte é transgressão. Discutir isso é ter que alterar o conceito de bienais. Como vários teóricos já assinalaram, a cultura moderna manda o artista transgredir; o artista, paradoxalmente, obedece; a seguir, a cultura, espertamente, assimila a transgressão neutralizando-a no museu. Há cem anos se joga esse jogo com dados viciados. (SANTANNA, Affonso Romano. Muitos artistas produzem falácias retóricas. In O Globo, 27/12/08)